terça-feira, 10 de setembro de 2013

Vicente do Rego Monteiro ( Escultor )

Seu nome de origem era Vittorio Brecheret, nasceu em Farnese – Província de Viterbo / Itália, em 1894. Filho de Augusto Brecheret e Paolina Nanni - que faleceu quando o pequeno Vittorio tinha apenas 6 anos de idade. Foi acolhido pela família do tio materno, Enrico Nanni, e com sua família emigrou para São Paulo, ainda na infância. Trabalhava com o tio numa fábrica de sapatos durante o dia, e à noite fazia cursos no Liceu de Artes e Ofícios.

Mudou o nome para Victor Brecheret, recorrendo à justiça,  já com mais de trinta anos, para registrar-se no Registro Civil do jardim América – em São Paulo. Desta maneira obteve a nacionalidade, também brasileira.

O neoclassicismo dominava os círculos culturais que estimulavam as viagens de escultores à Europa à procura de vestígios, indiferentes à tensão renovadora que sacudia o velho continente.
Em 1913, já com 19 anos, seus tios o enviaram para Roma, para aprender a arte da escultura, mas dada a sua falta de formação, não foi aceito na Academia de Belas Artes. Porém, foi recebido como aluno de Arturo Dazzi, o mais famoso escultor italiano na época. Permaneceu em Roma 6 anos, voltando ao Brasil em 1919.

Frequentou vários estúdios de escultores, aprendendo a difícil arte de esculpir, como amassando o barro, aprendendo as formas e leitura do gesso, o estado da pedra e do mármore, aprendendo, também, a anatomia humana e animal, no período em que trabalhou como aluno de Dazzi.

Após estudar no Liceu de artes e Ofícios de São Paulo e em Roma, Brecheret teve seus trabalhos divulgados pelos modernistas como Di Cavalcanti, Menotti del Picchia e Mario de Andrade.
Brecheret distinguiu-se de outros escultores que transmitiam conceitos mais tradicionais. Até Monteiro Lobato, que hostilizava Anita Malfati, disse que Brecheret se apresentava como a mais séria manifestação do gênio cultural surgido naquela época.

Em Roma ganhou o primeiro prêmio na Exposição Internacional de Belas Artes. Em 1917, fixou-se em Paris, onde frequentou os grandes nomes do cubismo. De volta ao Brasil, participou da 'Semana de 22' – um dos acontecimentos mais importantes na formação do grupo modernista -, expondo suas obras no saguão do Teatro Municipal de São Paulo, juntamente com Vicente do Rego Monteiro, Di Cavalcanto e Anita Malfatti.

Em 1934 o governo francês adquiriu a sua obra Grupo para o Museu Du Jeu de Paume e o condecorou com a Cruz da Legião de Honra.

A construção do Monumento às Bandeiras, iniciada em 1933, por vários empecilhos só foi completada quase 20 anos depois. Era um artista que falava pouco de si e de sua formação.

Brecheret foi premiado como melhor escultor nacional na I Bienal de São Paulo, em 1951, morreu em São Paulo em 18 de dezembro de 1955.


- Monumento às Bandeiras -
Uma das maiores esculturas do mundo - em bloco de granito de 50 metros de comprimento, por 16 metros de largura e 10 de altura. São 37 figuras, ao todo. Considerada um marco da cidade, é uma homenagem aos bandeirantes paulistas que estenderam as fronteiras brasileiras e desbravaram os sertões nos séculos 17 e 18. Esta obra foi inaugurada no dia 25 de janeiro de 1953 como parte das comemorações do 399º aniversário de São Paulo.

A obra Fauno - entidade campestre em 1942. Metade homem, metade cabra sobre uma pedra com um cacho de uvas e uma flauta nas mãos.


A obra Depois do Banho pode ser visto nos jardins do Largo do Arouche, na região central, inaugurada em 1932. Não há registros de que na época a nudez da obra tenha chocado os paulistanos. 


Algumas obras:
Monumento às Bandeiras / está no Ibirapuera – São Paulo
Duque de Caxias / está na Praça Princesa Isabel – São Paulo
Depois do Banho / Largo do Arouche
Fauno / está no parque Tenente Siqueira Campos – São Paulo
Eva / está na Prefeitura de São Paulo
Busto de Santos Dumont / Aeroporto de Congonhas – São Paulo
Diana Caçadora – Teatro Municipal de São Paulo
Morena – Palácio do Planalto – em Brasília
Busto do General Sampaio – Blumenau / SC
Anjo – Cemitério da Consolação – São Paulo
Anjos – Cemitério de São Paulo
Cruz – Cemitério da Consolação
Portadora de perfume, Pinacoteca de São Paulo.

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